O ProXXIma, maior encontro da América Latina sobre comunicação e marketing digital, aconteceu entre os dias 09 e 10 de maio. Em sua décima edição, o evento promoveu relevantes reflexões entre líderes da indústria da comunicação sobre as próximas mudanças no meio digital. Entre os assuntos mais comentados está a desconstrução do termo digital. Segundo os profissionais da área, a sociedade se tornou tão absolutamente digital que o título perdeu o sentido.

Eco Moliterno, vice-presidente de Criação da Agência África, afirma que a palavra digital deverá desaparecer para que o acontecimento digital se torne ainda mais real. “Antigamente se dizia canais eletrônicos, mas não faz mais sentido segmentar algo por ser eletrônico. Então a partir do momento que o digital morrer, eu acho que ele vai acontecer de verdade. Porque as pessoas vão entender que a nossa vida já é digital. Não existem mais pessoas conectadas ou desconectadas. O mundo fica o tempo inteiro conectado”, afirma Moliterno para o site Meio & Mensagem.

“Tudo é mais ou menos digital. Se hoje é assim, imagina daqui a dez anos. Então, acho que essa discussão acaba, nos tornamos mais assertivos, teremos mais conteúdo que conversa com o telespectador, internauta, consumidor”, acrescenta Eduardo Becker, diretor de comercialização de mídias digitais da Globo.

A ideia é que a discussão sobre “comunicação digital” e “marketing digital” evolua para um debate direcionado às soluções e não mais às divisões por plataforma. Outra mudança importante para o futuro, de acordo com Malu López, diretora de negócios do Facebook, é a capacidade mensurar o impacto que as novas tecnologias e a “tendência digital” tem sobre o comportamento das pessoas.

É claro que a palavra digital continuará presente por muito tempo e talvez nunca deixe de ser usada como forma de segmentação. Mas o ponto mais importante desta discussão é: conseguimos enxergar que o mundo se tornou digital? Se sim, percebemos que tudo é digital e que toda comunicação, toda estratégia, todo negócio, toda ação também deve ser. Já não existe comunicação que não seja digital, logo a palavra permanece para realçar este formato e não distingui-lo de outros.